Trabalhos publicados pelos Associados

Segundo autoridades mexicanas, o número de vítimas da explosão/incêndio ocorrida após o grande derrame de gasolina do oleoduto de Tuxpan-Tula já alcançou o chocante número de 90 mortes, contando ainda com cerca de 50 feridos. Devido à natureza do acidente, é esperado que o número de mortes venha a aumentar dentro de mais uns dias em decorrência da gravidade das queimaduras sofridas por muitos dos feridos.

O acidente, ocorrido na localidade de Tlahuelilpan no estado mexicano de Hidalgo situada a cerca de 90 km ao norte da Cidade do México, teve origem em uma derivação clandestina (“illegal tapping”) realizada por ladrões de combustível no referido gasoduto. Ao que tudo indica, o trabalho dos criminosos (conhecidos no México como “huachicoleros”) teria dado errado, originando assim o grande vazamento de gasolina. Em seguida, um grande grupo de populares das regiões circunvizinhas dirigiu-se ao local do derrame para apanhar a gasolina que derramava. Segundo testemunhas e as autoridades o número de pessoas no local chegou a ultrapassar a 600 pessoas, munidas de toda sorte de contentores, e que desafiavam o perigo no afã de reunir o máximo de gasolina para uso próprio ou para revenda no mercado alternativo.

O acidente começou por volta das 17:00 horas. Segundo informes iniciais de alguns sites mexicanos de notícia, apenas um grupo de 26 soldados do exército mexicano chegou ao local em cerca de 20 minutos após o informe da ocorrência do vazamento, mas os soldados não foram capazes de convencer a população a interromper o recolhimento de gasolina. A ignição dos vapores de gasolina ocorreu por volta das 19:00 horas, ou seja, mais de duas horas após o início do vazamento. A causa da ignição ainda não é conhecida e, nas circunstâncias em que ocorreu, pode ter sido causada por um grande número de possibilidades. O site de O Globo publicou agora à tarde, uma cronologia mais bem informada, oficialmente divulgadas pelas autoridades mexicanas. Segundo esta cronologia do incidente, a Secretaria de Defesa soube da ação ilegal às 14h30 de sexta-feira. Às 15h45, parte da população se aglomerou para pegar combustível no local, e militares pediram a eles, sem sucesso, que se retirassem. Às 17h, chegaram policiais e, meia hora depois, reforços da secretaria, que insistiram nos apelos de saída. Às 18h52, os bombeiros de Tlahuelilpan receberam o informe de incêndio. Ainda segundo a notícia daquele site, os responsáveis pela operação do duto (PEMEX) decidiram a princípio não parar o transporte pelo duto por considerarem o vazamento de pequena monta. Contrariamente ao que esperavam, o vazamento rapidamente aumentou de proporções. Quando ainda estava claro no local, alguns vídeos (ver a foto acima) mostram um jato de gasolina com cerca de 10 metros de altura. https://oglobo.globo.com/mundo/governo-do-mexico-soube-de-vazamento-de-gasolina-horas-antes-de-explosao-que-deixou-89-mortos-23388341

Este trágico acidente é o maior ocorrido até agora no México envolvendo dutos de transmissão de hidrocarbonetos. Em 2010 um acidente semelhante, também causado por ação criminosa de derivação clandestina, causou a morte de 29 pessoas nas proximidades da cidade de San Martín Texmelucan, no estado de Puebla. O pior de todos os acidentes no México envolvendo vazamentos em dutos foi o ocorrido em um duto de gás na Cidade de Guadalajara onde morreram mais de 250 pessoas e houve centenas de feridos. O gás vazado infiltrou-se pelo sistema de esgoto da cidade e deu origem a cerca de 10 explosões devastadoras em diferentes áreas da cidade https://en.wikipedia.org/wiki/1992_Guadalajara_explosions.

No Brasil, não podemos deixar de recordar do terrível acidente com um duto de gasolina na localidade de Vila Socó em Cubatão, ocorrido em fevereiro de 1984 (completando agora 35 anos da tragédia). Segundo o site da Cetesb, “o número oficial de mortos é de 93, porém algumas fontes citam um número extra-oficial superior a 500 vítimas fatais (baseado no número de alunos que deixou de comparecer à escola e a morte de famílias inteiras sem que ninguém reclamasse os corpos), dezenas de feridos e a destruição parcial da vila” https://cetesb.sp.gov.br/analise-risco-tecnologico/grandes-acidentes/vila-soco-cubatao/.

Outro acidente no Brasil com alguns elementos similares ao deste acidente no México foi o do descarrilamento de uma composição ferroviária transportando gasolina nas proximidades da cidade de Pojuca na Bahia em 31/08/1983. A similaridade fica por conta da coleta da gasolina derramada dos vagões acidentados pela população local (que transportava os baldes e galões para as suas casas nas proximidades da via férrea) e pela incapacidade das autoridades policiais em impedir a tempo as ações da população. https://pt.wikipedia.org/wiki/Descarrilamento_de_Pojuca

Apesar do grande número de acidentes envolvendo o transporte dutoviário de hidrocarbonetos e do seu potencial de danos entre a população, dados históricos de acidentes nos EUA e Canada mostram que por volume de material transportado, esse meio de transporte é o que apresenta menor risco para a população em comparação ao transporte por caminhões ou trens. Isso significa que outros tipos de transporte alternativo de hidrocarbonetos, tais como o rodoviário ou o ferroviário, apresentam riscos mais altos quando avaliados em massa equivalente de material transportado por distância (ton-km). Nos dois países citados, um grande derrame de gasolina causa um rápido afastamento das pessoas do local do acidente, enquanto que em países como o México e o Brasil, o efeito pode ser exatamente o contrário, mas isso se configura igualmente para grandes vazamentos de gasolina a partir de qualquer forma de transporte. Por outro lado, os vazamentos decorrentes de acidentes com caminhões-tanques não tendem a gerar esse efeito de aglomeração, pois as quantidades derramadas são muito menores.

Do ponto de vista da análise e do gerenciamento de risco, há vários aspectos interessantes a serem avaliados e aprendidos a partir da análise desse acidente no México. Um artigo com essas reflexões será publicado brevemente na seção de artigos do nosso site. Desde agora, fica aqui a pergunta: com o aumento do número de derivações clandestinas para roubo de combustível que vem ocorrendo recentemente no Brasil, quão próximos estamos da ocorrência de um acidente deste tipo e magnitude no nosso país?

Nota: Desde o início de dezembro passado, tomei a decisão de recomeçar a publicação de “notícias de acidentes” de processo no nosso site, interrompida desde agosto de 2017. Conforme já dito anteriormente, não há da parte da ABRISCO nenhum compromisso em publicar notícias sobre todos os acidentes de processo ocorridos no Brasil ou no exterior. A publicação será seletiva, como sempre foi, e também dependente da minha disponibilidade de tempo. Obviamente, qualquer associado que queira usar este espaço do site para publicação de notícias de acidente de interesse para a nossa comunidade profissional, pode fazê-lo, bastando para isso me enviar o artigo escrito com, pelo menos, uma foto ilustrativa do acidente. Todos os associados são fortemente encorajados a contribuir com notícias de acidente e notícias gerais para o nosso site. Por política editorial, somente publicamos notícias já divulgadas no noticiário de órgãos de imprensa considerados idôneos, e nunca em primeira mão. Procuramos não apenas repetir o noticiário já divulgado, mas também acrescentar um ou outro elemento de interesse para os nossos associados.

Luiz Fernando Seixas de Oliveira

Presidente da ABRISCO

No dia 02 de março deste ano ocorreu um acidente com um helicóptero Sikorsky S-76C, da Omni Taxi Aéreo, durante pouso na plataforma P-37, da Petrobras, localizada no Campo de Marlim, Bacia de Campos.
Das 10 pessoas que estavam a bordo (2 tripulantes e 8 passageiros), quatro ficaram levemente feridas, receberam os primeiros atendimentos pelo médico da Unidade de Manutenção e Segurança Cidade de Araruama da P-37, e passam bem.

O acidente ocorreu por volta das 14 horas após a aeronave ter decolado do aeroporto do Farol de são Tomé, localizado em Campos / Rio de Janeiro.

Segundo informações reportadas no website Portal Marítimo (ver endereço abaixo), “por algum motivo desconhecido os flutuadores da aeronave foram acionados durante o pouso, o que causou instabilidade na aeronave ao encostar no heliponto, fazendo com que a mesma balançasse de forma irregular, a ponto de o rotor ter tocado o piso do heliponto e quebrado. A aeronave acabou tombando.”
A Petrobras informou às autoridades que criou uma comissão para investigar o acidente, conforme requisito do próprio sistema de gestão de segurança da empresa.

Embora felizmente este acidente não tenha causado vítimas fatais, nem, aparentemente, ferimentos graves, constitui-se em um acidente bastante sério em função do seu potencial de gravidade. No ano de 2016, registramos no site da ABRISCO, dois sérios acidentes envolvendo helicópteros de transporte de trabalhadores da área de óleo e gás: um na Noruega em 01/05 e outro na Sibéria em 24/10. O primeiro causou a morte das 13 pessoas a bordo e o segundo causou 19 mortes (para mais informações, consulte o documento depositado na seção de trabalhos publicados do nosso site - http://www.abrisco.com.br/novo/area-do-associado/publicacoes-de-trabalhos).

Sem dúvida, o transporte de helicóptero para as instalações de petróleo tem sido um dos principais fatores de risco para os trabalhadores dessas instalações. Dados históricos de FAR (fatal accident rate) para o transporte por helicópteros reportados em relatório do IOGP de 2010 indicam números extremamente altos (chegando a ordem de mais de 1000) em comparação com os de outras atividades offshore. Felizmente, os valores de FAR são calculados por tempo de exposição e este tempo é bastante baixo para os trabalhadores das plataformas (exceto para os pilotos, é claro). 

Para mais informações, consultem os links abaixo:

https://www.portalmaritimo.com/2017/03/02/acidente-com-helicoptero-na-p-37-deixa-quatro-feridos/

http://www.valor.com.br/empresas/4884116/petrobras-diz-que-p-37-opera-normalmente-apos-acidente-com-helicoptero

http://m.ururau.com.br/cidades/8a7f5cc8a7bdab07c4bc081312cae1c8fa84c0eb_aeronave_faz_pouso_forcado_na_p_37_e_deixa_tres_feridos_na_bacia_de_campos

 

Todos a bordo do helicóptero, embora trabalhando para diversas companhias, estavam a serviço da Statoil, retornando do campo de Gulfaks. Onze deles eram noruegueses, um britânico e um italiano.
Uma grande operação de resgate foi lançada, mas terminou poucas horas após a queda.
As autoridades da aviação civil da Noruega impuseram um embargo a todos os voos com helicópteros do tipo do que caiu – o Eurocopter (EC) 225L Super Puma. Notícias do local dão conta de que a aeronave foi “totalmente destruída”. Medidas semelhantes estavam sendo tomadas pelas autoridades britânicas.


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